Sustentabilidade & Saúde Mental
Cristina Mendes Santos
Vencedora do FLAD Science Award on Mental Health 2024

O FLAD Science Award Mental Health é um apoio inédito a jovens investigadores em Portugal para desenvolverem novas linhas de investigação clínica em Saúde Mental, desde a prevenção até ao tratamento e à reabilitação.
O objetivo da FLAD é contribuir para a qualidade de vida das pessoas que sofrem de perturbações mentais, numa época em que as necessidades em torno da Saúde Mental são ainda mais evidentes.
O prémio é uma iniciativa anual, que financia jovens investigadores com projetos de mérito em colaboração com centros de investigação nos Estados Unidos, num total de 300 mil euros ao longo de 3 anos.
A iniciativa tem o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
A Vencedora
Cristina Mendes Santos, Investigadora Sénior no Fraunhofer Portugal AICOS, é a vencedora do FLAD Science Award on Mental Health 2024
O FLAD Science Award Mental Health apoia jovens investigadores em Portugal a desenvolverem novas linhas de investigação clínica em Saúde Mental, desde a prevenção até ao tratamento e reabilitação, em colaboração com centros de investigação nos Estados Unidos. O nosso objetivo é contribuir para a qualidade de vida das pessoas que sofrem de perturbações mentais.
A investigadora vai receber 300 mil euros para desenvolver um projeto que procura aumentar significativamente o conhecimento científico e o desenvolvimento da prática clínica para apoiar pessoas em risco de transição para a Psicose, com recurso a métodos inovadores que envolvem a recolha de dados através de sensores de dispositivos móveis - como smartphones e pulseiras desportivas - e Inteligência Artificial.
O prémio anual é atribuído desde 2021, com o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Os premiados recebem 300 mil euros, ao longo de 3 anos para desenvolver os seus projetos.
Sobre o projeto
Cristina Mendes Santos é Investigadora Sénior no centro de investigação Assistive Information and Communication Solutions da Fraunhofer Portugal (AICOS), e vence o FLAD Science Award on Mental Health 2024 com o projeto PRODROMUS - A digital phenotyping enhanced just-in-time adaptive intervention for preventing people at ultra-high risk, clinical high risk, or with first-episode psychosis from transitioning to psychosis.
O projeto dedica-se à problemática da Psicose - um conjunto de perturbações mentais graves e incapacitantes que se caracterizam por uma perda de contacto com a realidade, delírios, alterações do pensamento, alucinações, sintomas negativos, como o desinteresse, alheamento e embotamento afetivo e comportamentos bizarros, que resultam em elevado sofrimento psicológico e afetam negativamente todas as esferas da vida da pessoa. Estima-se que a psicose afete 26,6 em cada 100 mil pessoas por ano, com impactos socioeconómicos significativos, e um elevado consumo de recursos e serviços de saúde.
Apesar do sofrimento psicológico associado e da eficácia das intervenções precoces dirigidas a indivíduos em risco de transição para a psicose, o acesso e apoio especializados são limitados e muitas vezes tardios, ocorrendo em média um ano após o início de sintomas psicóticos atenuados -em Portugal, cerca de dois anos desde a manifestação dos primeiros sintomas psicóticos até ao seu tratamento.
Cristina Mendes Santos propõe recolher dados em contextos de vida real, momento a momento, através de dispositivos móveis comerciais amplamente utilizados – como smartphones e pulseiras desportivas -, para capturar uma expressão digital do comportamento humano. Estes dados serão analisados com recurso a técnicas de Machine Learning e inteligência artificial para customizar e acionar a entrega em tempo real de intervenções psicossociais adaptativas a indivíduos em risco, explorando a sua eficácia na prevenção da psicose, e promoção do funcionamento global, do funcionamento cognitivo e da qualidade de vida em pessoas em risco de transição para a psicose.
Esta é uma solução inovadora, que será codesenvolvida com pessoas em risco de transição para a psicose, seus familiares e profissionais de saúde, de modo a trazê-los para o centro do processo de desenvolvimento, e garantir que a intervenção e tecnologias desenvolvidas respondem às suas reais necessidades, facilitando a sua implementação.
O projeto desenvolverá ainda um ensaio clínico com 168 pessoas em risco de transição para a psicose, para avaliar a eficácia, experiência de utilização, implementação e custo-efetividade da solução em contextos clínicos e de vida real, que será conduzido em Portugal por uma equipa multidisciplinar que incluirá clínicos, engenheiros, designers e investigadores da Fraunhofer Portugal AICOS, Beth-Israel Deaconess Medical Center – Harvard Medical School, Hospital Escola–Universidade Fernando Pessoa, Centro Hospitalar São João, Linköping University, Escola Superior de Saúde e NOVA School of Public Health.
Sobre o júri
A avaliação deste prémio foi feita por um comité científico composto por:
• Catarina Resende de Oliveira, Professora Catedrática na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, ex-Diretora do Centro de Neurociências e Biologia Celular, Presidente da Agência para a Investigação Clínica e Inovação Biomédica (AICIB).
• Daniel Sampaio, Psiquiatra, Professor Catedrático Jubilado de Psiquiatria e Saúde Mental, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Fundador da Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar.
• Margaret Lanca, Professora Assistente no Departamento de Psiquiatria da Harvard Medical School, Presidente do Massachusetts Psychological Association, e Diretora do Adult Neuropsychology and Psychological Testing and Training da Cambridge Health Alliance.
Vencedores das Edições anteriores
Esta é a quarta edição do FLAD Science Award Mental Health. As três primeiras edições foram vencidas por:
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Pedro Morgado, psiquiatra e investigador na Universidade do Minho, com um projeto de inovador para melhorar o diagnóstico, a predição no tratamento e a eficácia do mesmo na doença obsessivo-compulsiva;
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Manuela Silva, psiquiatra e investigadora no Hospital de Santa Maria, com um projeto de intervenção psicossocial para pessoas com doença mental grave no pós-internamento;
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Nuno Madeira, psiquiatra e investigador na Universidade de Coimbra, que desenvolve um projeto para testar, num ensaio clínico, um protocolo inovador de tratamento dos sintomas cognitivo-sociais da esquizofrenia, com recurso a estimulação magnética transcraniana.
Para mais informações contacte a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, fladport@flad.pt.
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